20 de novembro de 2010

Pintores do Coração - Fev/2010 (Painters Heart - 2010/Feb)

(english version comming soon)
Raras vezes nesse blog recorri às palavras para expressar os momentos ilustrados pelas fotos. E não o fiz porque na maioria dos casos, as fotos com seus títulos, nesta combinação, falam por si mesmos.

E não é diferente no caso da presente postagem, pois por felicidade consegui captar uma seqüência de fotos que conta uma belíssima passagem da vida do Guilherme, que tinha nesta ocasião 2 anos e 8 meses.


A beleza dessa seqüência fotográfica fica registrada na sinceridade e espontaneidade plenamente possíveis na infância.
O uso de palavras, portanto, se faz necessário para os adultos, que tanto precisam explicar, mas sobre o quais recai a responsabilidade de registrar para um mundo que um dia também será de adultos. Assim, as interpretações são de um adulto sobre o mundo infantil.


Julia e Guilherme são primos e companheiros de viagem reunidos pela bondade Divina na jornada da vida que lhes é própria.

Numa feliz manha de fevereiro, desfrutando da acolhedora casa da Vovó, os dois estavam devidamente protegidos por seus aventais desenvolvendo seus talentos de pintores (Foto 1). Tudo corria muito bem e em harmonia, quando (Foto 2) o Guilherme, abstraindo-se de sua pintura, pega um pote de tinta vermelha. Sem cerimônia (Foto 3), despeja todo esse conteúdo na bem cuidada pintura da Julia. O choro e a decepção tomam conta da Julia que clamava à sua mãe por justiça e reparação (Foto 4).

Enquanto isso, impávido, como se nada tivesse ocorrido, Guilherme prossegue em sua arte (Foto 5). Quando questionamos porque havia feito aquilo, na sinceridade das crianças, ele apenas responde: “Eu também choro muito muito”.


Minutos depois, após contornar a situação providenciando um novo tecido para pintura da Julia (Foto 6), a harmonia dos pintores é restabelecida, com a Julia já recomposta e precavida. Essa mesma foto revela ainda outro detalhe, presente somente na interpretação do adulto que escreve, ao mostrar um olhar do Guilherme mirando o tecido da Julia e distante do seu próprio tecido, parecendo querer expressar: ´que tecido branquinho ... que tinta vou derramar?’.

O resultado concreto pode ser visto na Foto 7, com as duas pinturas registradas e guardadas como uma feliz recordação na coleção de panos-de-prato da vovó.
 
O resultado abstrato, porém palpável, que por ora não pode ser registrado por nenhuma máquina, está bem guardado nos nossos corações, mentes e sentimentos.

Duas crianças lindas que crescem rumo ao infinito, que nos mostram que momentos são para serem vividos no momento e que não devem obstar o crescimento e a descoberta. Depois dessas pinturas, outras pinturas e também brincadeiras continuaram a existir.


Quantas lições aprendemos com as crianças!. Obrigado Guilherme e Julia pela suas existências e por nos ensinar essas e outras lições


Um comentário:

  1. excelente, parabéns pelos comentários. As fotos 4 e são as mais reveladoras.

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